Isto de festejar o dia da mãe...

MÃE é MÃE todos os dias, mesmo antes sequer de saber que o é. MÃE é MÃE todos os dias até antes de nós sabermos o que isso é. Logo a partir do momento em que nos carrega nove meses (no meu caso sete). Numa altura em que ainda nem somos "gente".
Mas para ela, somos especiais. Somos especiais por mais birras e noites sem dormir que lhe possamos dar. Por mais chatices que arranjemos. Por mais preocupações e dores de cabeça que lhe possamos dar (e damos). Somos especiais na saúde e na doença.
Somos tão especiais quando dizemos "mamã" pela primeira como quando partimos um copo pela primeira vez.
Lembram-se de calçar os sapatos das vossas mães e de andarem a "chinelar" pela casa? E sacarem de um bruto batom cor-de-rosa e esborratarem a cara toda? Eu lembro e elas também.
E da primeira vez que resolveram pintar as unhas? Gabo a paciência da minha MÃE de me ter pintado as unhas de branco com patinhas de cão em preto. Em cada uma das minhas unhas, ainda minúsculas.
E daquela vez em que vos apareceu, pela primeira vez, um coisa não muito bem-vinda chamada menstruação? Quem é vos ajudou e, com paciência, explicou e preparou para mais essa nova etapa? A vossa MÃE. A minha MÃE. As MÃES, em geral.
E até daquela vez em que descobriram que ela leu o vosso diário (culpa minha por ser descuidada)?
Uma mãe está lá sempre ao longo de uma vida inteira. Então, se ela se lembra de nós nos "bons e maus momentos", TODOS os dias, porque é que nós só nos deveríamos lembrar dela num dia específico? MÃE é MÃE, sempre!
E se o papel de uma MÃE é amar os filhos, os filhos têm o dever de corresponder a esse amor, todos os dias. Daí não perceber o alarido que se cria em torno de UM dia!
O pior é que há filhos que simplesmente não querem saber, desterram os pais para um lar e tornam-se completos estranhos. MAS no Dia da Mãe é tudo rosas. São as melhores MÃES do mundo. Há todo um interesse repentino na saúde e no bem-estar da mãe. Certo é que quando bate a meia-noite tudo volta a ser como antes. É triste, muito triste! É triste saber que tantas MÃES vivem hoje sem cuidado e sem o carinho dos filhos. Esses mesmos filhos que foram protegidos, acarinhados e amados todos os dias.
Pois eu digo-vos: nenhum de nós vai para novo, certo? Temos o dever de cuidar das nossas MÃES e das nossas avós quando, e principalmente, nessa altura. Porque é isso que gostávamos que fizessem connosco, certo?
Claro que ainda podia entrar por outro campo e dizer que há todo um jogo de interesses por parte do comércio. Os floristas vendem flores, os pasteleiros vendem bolos, os chocolateiros vendem chocolates, as papelarias vendem postais, etc, etc. Mas nem vamos por aí senão "dava pano para mangas".
O importante é que se lembrem: "quem tem MÃE tem tudo". Quem É MÃE também devia ter tudo (não estou a falar de bens nem de dinheiro mas de algo muito mais valioso: o AMOR).